Na tarde de 21 de novembro de 2024, Maputo foi novamente palco de protestos, com centenas de pessoas, seguindo um apelo do candidato presidencial Venâncio Mondlane, saindo às ruas para contestar os resultados das recentes eleições gerais. Às 12h, a cidade parou por 15 minutos, com carros e pedestres unidos por apitos, buzinas e cartazes, exigindo a revisão dos resultados e protestando contra a repressão policial que resultou na morte de dezenas de manifestantes.
O protesto visou também o luto pelas vítimas fatais da repressão, que, segundo Mondlane, soma 50 mortos. Os manifestantes, que usaram roupas pretas em sinal de luto, exigiam a “verdade eleitoral”, repudiando os resultados proclamados pela Comissão Nacional de Eleições, que deram a vitória a Daniel Chapo, da Frelimo.
A ação, que também se estendeu a outras avenidas da cidade, foi marcada por um ambiente de unidade e indignação, mas sem incidentes, com algumas pessoas expressando que, embora o protesto fosse breve, a luta pelo reconhecimento dos resultados eleitorais deveria continuar. A paralisação da cidade, com buzinas e apitos de fundo, refletiu o clima de descontentamento generalizado, enquanto a polícia acompanhava o ato sem intervir.
A crescente contestação à atribuição da vitória e a apatia do governo em relação às demandas da oposição levantam a questão de um possível diálogo, como sugerido pelo presidente Filipe Nyusi, que propôs reunir-se com os candidatos presidenciais para encontrar uma solução pacífica para a crise.
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